Horizonte Perdido

Na deambulação cultural que tenho feito nestas férias (que durarão ainda mais uma semana), li um livro estranhamente interessante: Horizonte Perdido de James Hilton.
A simplicidade da forma facilita o entendimento da profundidade do conteúdo, fazendo lembrar, ainda que vagamente, Somerset Maugham, para mim o génio em aprofundar os temas mais inquietantes da existência humana como se estivéssemos a ouvir uma história infantil, tal a facilidade com que me entram nos ouvidos o encadeamento perfeito das palavras, e tal o encanto que essa exposição de sentimentos me provoca.
O mítico templo de Shangri-Lá e a sociedade "extremamente moderada" que se desenvolveu no vale para lá dos Himalayas surge como resposta a um mundo à beira da Guerra (o livro foi escrito em 1933, quando se antevia já a ascenção da Alemanha Nazi e a guerra começava a ser uma miragem cada vez mais definida no horizonte). Hilton consegue atingir o ponto em que a espiritualidade e o enredo se complementam numa escrita que vai ao encontro de todos.
A Paz que me percorreu o pensamento ao ler este livro não foi da grandiosidade de uma paz universal nem da pequenez de um romance de cordel: foi apenas uma simples percepção de um modo diferente de fazer a Paz.
Este romance é um conto de fadas? Talvez. Uma Utopia? Talvez. Mas é isso que nos move: o Sonho é uma constante da Vida, pois não fora o sonho de alguns homens simples(mente geniais) e apenas o Nada teria sido alcançado

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